13/08/2024
Na verdade, quase que ele acerta.
A Ritalina, famoso medicamento usado para o TDAH, tem como princípio ativo o cloridrato de metilfenidato e foi sintetizada primeiramente pelo químico italiano Leandro Panizzon em 1944.
Reza a lenda que o nome dado à nova droga foi em homenagem à sua esposa, Marguerite, carinhosamente chamada de Rita (não Lee). Acontece que Rita tinha pressão baixa e tomava o comprimido antes de jogar tênis, dando assim um “empurrãozinho” em sua performance.
O laboratório em que Panizzon trabalhava, Ciba (atualmente conhecido como Novartis), começou a comercializar a Ritalina como psicoestimulante em adultos, dizendo ser mais potente que o café e sem os efeitos colaterais das demais anfetaminas.
Na década de 50, a Ritalina ficou conhecida como “Psicotônico do humor”, indicada como melhorador do humor, da performance, supressor do apetite, para tratamento de estados depressivos leves e letargia. Seu público-alvo eram pessoas de meia idade e idosos.
Em 1960, o psiquiatra americano Leon Eisenberg publicou um artigo demonstrando a eficácia do metilfenidato no tratamento de distúrbios de aprendizagem. A Ritalina passou a ser indicada também para crianças “agitadas’ e com problemas de socialização e aprendizagem.
A comercialização do metilfenidato no Brasil teve início em 1998, quando a Ritalina foi inserida no mercado nacional. Quatro anos mais tarde, em 2002, o Concerta (Janssen Cilag) entra também em circulação no país. Em agosto de 2014, tivemos a notícia de que o consumo de metilfenidato aumentou 775% em 10 anos. Em 2021, o Brasil se destacou como o segundo maior consumidor do mundo desse medicamento, atrás apenas dos Estados Unidos.
Fonte: Domitrovic, N., & Caliman, L. V.. (2017). AS CONTROVÉRSIAS SÓCIO-HISTÓRICAS DAS PRÁTICAS FARMACOLÓGICAS COM O METILFENIDATO. Psicologia & Sociedade, 29. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2017v29163163
Livro: Hyperactive: The Controversial History of ADHD, Matthew Smith.