Bárbara Laureano - Psicoterapia & Orientação de Pais e Cuidadores

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Muita gente associa o “não olhar nos olhos” à falta de interesse, timidez ou desconfiança. Mas, no caso do autismo, essa...
12/11/2025

Muita gente associa o “não olhar nos olhos” à falta de interesse, timidez ou desconfiança. Mas, no caso do autismo, essa característica tem explicações que vão muito além do senso comum. Ela está relacionada a diferenças na forma como o cérebro processa estímulos.

Para muitas pessoas autistas, o contato visual pode gerar uma ativação exagerada da amígdala cerebral, uma região ligada ao medo, à vigilância e à resposta emocional. Isso significa que olhar para os olhos de alguém pode provocar desconforto físico, ansiedade ou até sensação de ameaça, mesmo que a pessoa saiba, racionalmente, que não há perigo. Não é uma escolha consciente de “evitar”, e sim uma reação automática do sistema nervoso diante de um estímulo percebido como intenso demais.

Além do componente emocional, há também um aspecto cognitivo envolvido. O rosto humano é uma fonte de informação extremamente rica: expressão facial, movimento dos lábios, direção do olhar, tom de voz, significado das palavras.

Para o cérebro autista, que tende a processar informações de forma mais sequencial do que simultânea, lidar com tudo isso ao mesmo tempo pode provocar sobrecarga. Quando a pessoa precisa compreender o que está sendo dito, por exemplo, ela naturalmente reduz os estímulos visuais para liberar recursos mentais e focar na linguagem. Ou seja, desviar o olhar também é uma estratégia de autorregulação cognitiva, uma forma eficiente de se concentrar na comunicação.

O problema é que as regras sociais interpretam o contato visual como sinônimo de sinceridade e atenção. Assim, um comportamento que tem uma função adaptativa para a pessoa autista acaba sendo lido de forma equivocada. Mas o que as pesquisas vêm mostrando é exatamente o contrário: no contexto do autismo, o desvio do olhar nem sempre indica desinteresse; ele reflete uma forma diferente de o cérebro organizar a atenção para conseguir estar presente na interação.

Isso faz sentido para você?

Um ínfimo recorte da minha ida ao RS 📸
09/11/2025

Um ínfimo recorte da minha ida ao RS 📸

Hoje o grupo de habilidades sociais foi temático: Halloween 🎃Para que o evento acontecesse, os adolescentes assumiram um...
29/10/2025

Hoje o grupo de habilidades sociais foi temático: Halloween 🎃

Para que o evento acontecesse, os adolescentes assumiram uma série de tarefas: organizaram uma rifa para arrecadar recursos, que seriam usados na compra de comidas, bebidas e na decoração da sala.

As rifas foram vendidas para profissionais e pais da clínica (eles mandaram muito bem nisso!). Com o valor arrecadado, elaboraram a lista de compras, organizaram o orçamento e ainda trabalharam noções de planejamento financeiro, deixando uma reserva para o próximo evento.

Todo esse processo faz parte dos objetivos do grupo de habilidades sociais: planejar em conjunto, negociar, dividir responsabilidades, lidar com dinheiro, tomar decisões e se comunicar de forma assertiva.

Vivências como essa permitem que pratiquem competências que vão além da teoria, ganhem confiança, ampliem a autonomia e fortaleçam o senso de pertencimento. É nesse espaço de experimentação que cada conquista faz diferença no desenvolvimento socioemocional e na vida cotidiana.

Hoje foi dia de ministrar aula sobre Treinamento de Habilidades Sociais na pós .Eu tenho um apreço especial por esse tem...
26/10/2025

Hoje foi dia de ministrar aula sobre Treinamento de Habilidades Sociais na pós .

Eu tenho um apreço especial por esse tema, pois, ao trabalhar com grupos de THS para jovens e adultos, observo avanços importantes, como o fortalecimento de vínculos sociais, a melhora na autorregulação e a maior participação em contextos coletivos.

No entanto, quando voltamos o olhar para a população neurodivergente, torna-se evidente que os protocolos disponíveis ainda não contemplam de forma adequada suas particularidades cognitivas, sensoriais e relacionais, o que evidencia lacunas significativas a serem discutidas e superadas.

Apesar de termos inventários e manuais consolidados, a verdade é que ainda estamos longe de um modelo que dialogue plenamente com as especificidades do autismo. Não é possível falar em ensinar habilidades sociais sem compreender o funcionamento singular do cérebro autista. E é justamente por isso que práticas neuroafirmativas se tornam tão fundamentais, pois reconhecem a diversidade neurológica como parte legítima da experiência humana, afastando-se da lógica de “consertar” para se aproximar da lógica de acolher e potencializar.

Outra lacuna importante está na ausência das vozes autistas na construção de muitos desses protocolos. Quando não ouvimos quem vive essa experiência, corremos o risco de reforçar estratégias que ensinam a mascarar comportamentos para se encaixar em padrões normativos, em vez de promover habilidades sociais mais autênticas, capazes de fortalecer vínculos reais e saudáveis.

Avançar nesse campo significa ampliar espaços de escuta, diferenciar camuflagem de aprendizado genuíno e, sobretudo, devolver ao paciente a autonomia de escolher o que deseja trabalhar.

Habilidades sociais não podem ser impostas, elas precisam ser construídas em parceria, com respeito às necessidades, limites e desejos de cada pessoa.

O Decreto nº 12.686/2025, que cria a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva, vem sendo apresentado como avanço...
24/10/2025

O Decreto nº 12.686/2025, que cria a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva, vem sendo apresentado como avanço, mas na prática levanta sérias preocupações.

Ao impor a matrícula obrigatória em classes comuns sem garantir infraestrutura, formação adequada e recursos carimbados, corre-se o risco de transformar a inclusão em mera formalidade. A revogação de garantias anteriores, a limitação da escolha das famílias, a formação insuficiente de profissionais e a falta de regras claras de transição deixam alunos com deficiência ainda mais vulneráveis. Até mesmo a flexibilização do laudo médico, pensada para reduzir burocracias, pode fragilizar direitos e gerar atendimentos desiguais.

Arraste o carrossel para entender melhor os riscos desse decreto.

Ontem tivemos o jantar em comemoração aos 15 anos da  🥂Tenho um orgulho danado e uma gratidão imensa por fazer parte des...
01/10/2025

Ontem tivemos o jantar em comemoração aos 15 anos da 🥂

Tenho um orgulho danado e uma gratidão imensa por fazer parte desse time maravilhoso, que todos os dias transforma vidas e histórias. ❤️

Ontem a  esteve presente na ação promovida pela  na A loja vazia de brinquedos.Toda doação será destinada a crianças em ...
29/09/2025

Ontem a esteve presente na ação promovida pela na A loja vazia de brinquedos.

Toda doação será destinada a crianças em situação de vulnerabilidade social.

Comemorando a vida da amiga  🥂
28/09/2025

Comemorando a vida da amiga 🥂

O hiperfoco em pessoas no autismo acontece quando alguém que está no espectro direciona uma quantidade muito intensa de ...
25/09/2025

O hiperfoco em pessoas no autismo acontece quando alguém que está no espectro direciona uma quantidade muito intensa de atenção, tempo e energia para outra pessoa, tornando esse vínculo o centro das suas emoções e pensamentos.

Diferente do hiperfoco em áreas de interesse, que são mais conhecido no TEA, esse tipo se volta para vínculos afetivos. A pessoa pode passar muito tempo pensando, falando ou tentando estar perto de alguém, seja um amigo, parceiro, familiar ou até mesmo uma figura de referência.

Quando o vínculo é correspondido, esse foco costuma trazer sensação de segurança, prazer e proximidade, já que o investimento emocional encontra espaço de acolhimento. Mas quando não há reciprocidade, o cenário muda bastante.

O esforço e a expectativa colocados nessa relação podem se transformar em frustração, tristeza e ansiedade. Muitas vezes surgem pensamentos repetitivos sobre o que aconteceu, dificuldade de se desligar da situação e sensação de rejeição mais intensa do que a esperada em um contexto típico. Em alguns casos, esse sofrimento pode vir acompanhado de comportamentos agressivos, especialmente quando a percepção é de abandono ou afastamento.

Esse tipo de hiperfoco pode trazer ganhos, como relações marcadas por lealdade, autenticidade e dedicação, mas também pode gerar dificuldades e dependência emocional.

A pessoa pode acabar deixando de lado estudos, trabalho ou autocuidado por estar muito envolvida com o vínculo, além de enfrentar maior vulnerabilidade quando sente que não é correspondida.

É uma experiência relatada com frequência por autistas e observada em contextos clínicos, mas que ainda recebe pouca atenção nos estudos científicos.

É com muita alegria que informo que nosso livro já tem data de pré-lançamento: 05 de outubro, durante o .congresso, e la...
19/09/2025

É com muita alegria que informo que nosso livro já tem data de pré-lançamento: 05 de outubro, durante o .congresso, e lançamento oficial no dia 27 de novembro, em São Paulo.

Nesse livro, coordenado pela , escrevi um capítulo intitulado “Barreiras no diagnóstico precoce de mulheres autistas”, no qual discuto os obstáculos mais comuns nesse processo e apresento possíveis caminhos para a identificação precoce.

Fico muito feliz em compartilhar esse momento com vocês e espero que essa obra contribua de forma significativa para a comunidade autista e para todos que buscam compreender melhor o espectro e suas singularidades. 🌻

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