21/06/2016
Os anatomistas precisavam de uma oferta constante de cadáveres para dissecar, fosse a dissecação a um espetáculo público ou fins acadêmicos. A crescente demanda de escolas médicas pressionou a oferta legal de corpos. Na Grã-Bretanha, a Lei do assassinato de 1752 permitiu que os corpos de todos os criminosos executados fossem dissecados para pesquisa anatômica acadêmica, mas a reforma jurídica durante as primeiras décadas do século XIX levou a um número maior de execuções; por isso os corpos se tornaram escassos. E os médicos, por sua vez, tornaram-se cada vez mais violadores de cadáveres (ou ressucitadores), pois roubavam corpos e então os vendiam para escolas médicas. Entre 1827 e 1828, dois imigrantes irlandeses, Wiliam Burke e Wiliam Hare, assassinaram 17 vítimas a fim de verder seus corpos para a escola médica da universidade de Edinburgh. Depois dos assassinatos, a lei inglesa mudou, a fim de impedir uma recorrência. A lei da Anatomia de 1832 ampliou o suprimento legal de corpos para que o assassinato ou "ressureição" não fossem mais necessários.