29/11/2022
COPA DO MUNDO 2022 TEM 2 JOGADORES COM CARDIODESFIBRILADOR
A Copa do Mundo 2022, do Catar, apresenta grandes desafios e discussões que podem mudar e aprofundar o conhecimento sobre algumas questões de cardiologia do esporte. Estamos falando da presença de dois jogadores com doença cardíaca e que usam cardiodesfibriladores implantáveis (CDI): Christian Eriksen, da Dinamarca, e Daley Blind, da Holanda. Eriksen é o caso mais recente: o meia dinamarquês sofreu um ataque cardíaco jogando por seu país contra a Finlândia na Euro 2021, em junho do ano passado. Não foi divulgada a doença de base, porém implantou-se um CDI, um desfibrilador, em seu coração. O seu retorno para seu time anterior a Inter de Milão foi negado, mas Eriksen está jogando pelo Manchester United e, com a liberação do comitê de saúde da FIFA, estreou nesta terça-feira na Copa, num empate em 0 a 0 contra a Tunísia.
E outro jogador que fez sua estreia na Copa do Mundo, na segunda-feira, foi o lateral holandês Daley Blind, que em 2019, durante jogo entre Ajax e Valencia pela liga dos campeões, teve sintomas de tontura. Blind foi diagnosticado com miocardite, inflamação do miocárdio, o músculo do coração. Ficou afastado dos campos para tratamento, implantou um CDI e voltou a jogar. E, assim como Eriksen, teve autorização dos comitês de saúde responsáveis pela Copa.
Portanto, eles têm em comum o uso de cardiodisfibrilador implantável, um desfibrilador subcutâneo para pacientes que têm uma doença cardíaca de base que causa arritmias cardíacas, e que é implantado abaixo da clavícula. É um aparelhinho da família do marcapasso, mas que dá um choque no coração quando há uma taquicardia perigosa ou um uma fibrilação ventricular e é indicado normalmente para pacientes com cardiomiopatia hipertrófica ou com miocardite. Por Mateus Freitas Teixeira
Cardiologista do Vasco da Gama, é diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro