09/13/2023
A ARTE DO SABER DAR E DO SABER RECEBER
Nosso crescimento espiritual tem inicio com a abertura de nossas potencialidades, que pode ser simbolizado como: lapidação do diamante, o desabrochar da flor de Lótus simbolicamente representada pelos 7 Chacras, o desenvolvimento da criança interior, aplicação dos manuscritos alquímicos ou ainda a compreensão das cartas do Tarô ou do I Ching.
Porém, nada disso é suficiente se não houver desprendimento e entrega, sobretudo coragem e vontade de ir mais longe, a cada novo despertar ter humildade de considerá-lo sempre como um inicio que deve ser aplicado e praticado com constância em todos os níveis da vida.
Da mesma maneira, podemos dizer que experiências de clarividência, ou qualquer outra experiência mística não fazem desabrochar a espiritualidade. O desabrochar verdadeiro só ocorre diante do compromisso, em primeiro lugar, de nossa evolução pessoal sem nenhuma vaidade, e em segundo contribuir efetivamente, sem mascaras, para evolução de todos os irmãos de jornada, independente de nacionalidade, cor, religião ou escolhas pessoais.
Nossa evolução, bem aproveitada, é um magnífico caminho de harmonização que se realiza entre o "saber dar" e o "saber receber". É comum ver pessoas que se enganam e enganam outras ao se intitularem “pessoas espiritualizadas”, e que por motivos outros não fazem a energia circular dentro do plano evolutivo.
Nossa psique é constituída, de uma energia masculina e outra feminina, que Jung denominou de Animus e Anima. A energia masculina representa nossa capacidade de ação no mundo, como pensar, falar, decidir, etc., esta energia possui a qualidade do “saber dar". Já a energia feminina representa nosso lado intuitivo de como amar, respeitar, etc., e o mais importante só ela é capaz de se abrir para receber a inteligência suprema do plano superior. O aspecto masculino surpreende o mundo pela capacidade de ação, o aspecto feminino surpreende pela capacidade da intuição e criatividade. Essas duas energias devem estar balanceadas e equilibradas dentro do masculino, bem como no feminino.
Estas energias permanecem estagnadas para aqueles que f**am de peito inchado ao receber presentes, elogios, troféus por serviços prestados, e querem o reconhecimento e homenagem por aquilo que “deram”; ou aqueles que trabalham na obscuridade e quando descobertos, f**am envergonhados por serem reconhecidos e não “recebem” com naturalidade os presentes ou elogios pelo bom trabalho desenvolvido. Tanto um quanto o outro não sabe “dar” e nem “receber”, é tudo uma questão de consciência e de veracidade no que se faz.
Deve existir prazer tanto no “dar” quanto no “receber”, esse prazer não pode ser calculado e nem servir como moeda de troca, e menos ainda como uma estratégia. É frequente ouvir alguém dizer: “Sacrifiquei anos de minha vida com tal pessoa, com tal causa, com tal ideal..." Nesse “sacrifício” não existe nenhum prazer, nenhuma dádiva, existe apenas o dever frio e calculista, que nada tem a ver com o verdadeiro amor.
Uma flor recebe a luz e o calor do sol sem reservas, da mesma forma ela dá seu perfume e sua irradiação, desinteressadamente sem f**ar privada do quer que seja. E a cada primavera ela ressurge pronta a continuar o circulo energético do amor. Pense nisso.
Um forte abraço com muita luz e paz profunda.
Everalda Sidaravicius – Terapeuta Humanista