25/11/2025
A maioria das mulheres acredita que o medo do parto surge ao longo da vida ou gravidez, alimentado por histórias, mitos e experiências alheias.
Mas o corpo guarda memórias muito mais antigas do que isso.
Antes de sabermos falar, pensar ou compreender o mundo… já tínhamos vivido a nossa primeira grande travessia: o nosso próprio nascimento.
E essa experiência — intensa, sensorial, cheia de pressão, contração, passagem e separação — deixa marcas no corpo, mesmo quando a nossa consciência não as recorda.
É por isso que, quando um parto se aproxima, algo mais profundo desperta.
Um eco antigo, quase primitivo, que não é apenas medo da dor… mas memória de uma dor que o corpo já conheceu.
E isto não se ativa apenas nas mulheres grávidas.
Profissionais que assistem partos, carregam também no corpo, as suas histórias de chegada ao mundo.
E assim, tantas vezes, sem perceber, essas memórias influenciam/comandam a forma como cuidam, como intervêm, como observam a dor e como vivem a intensidade do nascimento de quem assistem.
O medo do parto, não significa em nenhum momento, fraqueza.
É um convite — um lembrete — de que há algo em nós que quer ser olhado, libertado e ressignificado.
E quando entendemos isto…
o parto deixa de ser um lugar de ameaça
para se tornar um portal de consciência.
🍁 Este é o primeiro post de uma série onde vou trazer com profundidade - a memória somática do nascimento, a origem do medo e como podemos transformar essa narrativa
🍁Se estás grávida, és doula, enfermeira, obstetra ou simplesmente alguém que nasceu, e este tema te tocou, guarda este post e segue os próximos.
Há um mergulho bonito a caminho.💫
Com amor
Inês