24/11/2025
Por vezes existe, uma tendência subtil que destrói mais percursos do que qualquer fracasso declarado. Que é o avançar sem saber, confiando que o desajuste interno se resolverá enquanto caminhamos. O que se pensarmos bem, é uma ilusão perigosa.
Pois quando a regra mais corrente é. "Se não sabes, não avances na esperança de que dê certo o que em ti permanece desalinhado."
Isto considerando que a vida cobra sempre a factura daquilo que ignoramos, ainda que Deus não tenha em conta o tempo da nossa ignorância.
A vida tem.
Pelo que quando te moves a partir da confusão, a acção transforma-se em desperdício. Quando tomas decisões com base numa ameaça, o futuro que estás a construir herda essa mesma fragilidade. E quando te recusas a reconhecer o que em ti está desorganizado, acabas a repetir padrões que acreditaste ter superado.
Por isso, parar não é um retrocesso.
É inteligência emocional em prática. É o reconhecimento de que um sistema interno caótico não pode gerar resultados estáveis. A pausa permite-te observar o que normalmente esconderias de ti: expectativas que não são tuas, crenças herdadas, decisões tomadas para agradar, não para crescer.
A pausa ajuda a alinhar antes de agir.
É aqui que a vida muda. No instante em que assumes responsabilidade radical pelo teu estado interno. Não para te culpares, mas para te orientares. Quando tens a coragem de olhar para o que dói, para o que te divide, para o que ainda não tens capacidade de sustentar, começas a organizar o teu mundo por dentro. E essa ordem traduz-se em clareza.
Quando finalmente avanças, avanças inteiro. Não precisas de te convencer de nada, nem de te proteger com justificações. O corpo está firme, o pensamento está claro e a intenção não vacila. O passo torna-se consequência natural do teu alinhamento, não tentativa de fugir ao desconforto.
O mundo responde de forma diferente a alguém que sabe onde está por dentro. E quando esse lugar interno é sólido, o caminho deixa de ser um risco para se tornar responsabilidade assumida.
Assim sabemos que a vida não ajusta o que tu manténs desalinhado.
És tu quem ajusta o que vive dentro, para que o passo seguinte tenha verdade, direcção e consequência.