09/11/2025
Durante muito tempo, partiu-se do princĂpio de que o diagnĂłstico da Doença CelĂaca exigia sempre uma biĂłpsia do intestino delgado.
Para muitas pessoas, isto significou anos de sintomas, frustração e exames sucessivos sem respostas claras.
Hoje, as Diretrizes Europeias 2025 reconhecem algo fundamental:
âĄïž Em alguns adultos, o diagnĂłstico pode ser confirmado sem endoscopia, quando se verificam critĂ©rios laboratoriais rigorosos e clinicamente validados.
Tal como jĂĄ acontecia num subgrupo especĂfico de crianças, esta abordagem Ă© agora estendida a adultos, com o mesmo cuidado cientĂfico.
Quando pode ser feito o diagnĂłstico sem biĂłpsia?
Ă possĂvel considerar o diagnĂłstico sem biĂłpsia quando:
âą IgA anti-TG2 â„ 10 vezes o limite superior do normal
âą O resultado Ă© confirmado numa segunda amostra de sangue
âą O doente mantĂ©m consumo de glĂșten atĂ© Ă confirmação
âą Preferencialmente em adultos com menos de 45 anos, sem sinais de alarme
Esta estratégia permite neste subgrupo de doentes:
âą Reduzir procedimentos invasivos
⹠Diminuir tempo até diagnóstico
âą Evitar atrasos que prejudicam a qualidade de vida
Quando esta abordagem NĂO deve ser usada?
Se existirem sinais que apontem para outra doença gastrointestinal:
âą Sangue nas fezes
âą Dificuldade em engolir
âą VĂłmitos persistentes
⹠Sinais de obstrução
⹠Perda de peso acentuada sem explicação
Nesses casos, a endoscopia Ă© necessĂĄria.
Porque isto importa.
Demasiadas pessoas passam anos a ouvir:
âOs exames estĂŁo normais.â
âĂ stress.â
âDeve ser intestino irritĂĄvel.â
Quando, na verdade, existe uma doença imune que tem diagnĂłstico claro e tratamento eficaz â se soubermos como procurar.
Esta mudança não é apenas técnica.
Ă humana.
Ă uma forma de reduzir o sofrimento invisĂvel de quem vive demasiado tempo sem nome para o que sente.
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đ (ESsCD). UEG Journal, 2025.