25/11/2025
Mankeeping é um termo recentemente utilizado na investigação de género para descrever uma dinâmica emocional e social-relacional em que mulheres, especialmente em relações heterossexuais, assumem uma carga desproporcionada de trabalho invisível e não remunerado para sustentar o bem-estar emocional, social e psicológico dos homens com quem se relacionam.
A palavra faz eco de “kinkeeping” — termo sociológico antigo que se refere ao trabalho de manter laços familiares e sociais, trabalho frequentemente atribuído a mulheres.
Alguns exemplos de comportamentos ou situações que se encaixam no fenómeno:
A mulher é quem organiza, ou assume, a vida social do parceiro: lembra-lhe de telefonar a amigos, planear encontros, manter-se em contacto com o seu círculo social ou insistindo para que haja essa dinâmica.
A mulher é quem, além de lidar com as suas próprias emoções, se torna o principal apoio emocional do parceiro: ouvindo as suas queixas, apoiando e sustentando os seus estados de humor, estando sempre disponível.
A mulher investe tempo, atenção, afeto e consegue pouca ou nenhuma devolução equivalente. A dinâmica torna-se exaustiva e pouco recíproca.
A consequência: esgotamento emocional, ressentimento, sensação de falta de apoio e de estar sozinha e, a longo prazo, desistência das relações tradicionais por parte das mulheres que não querem mais assumir esse papel.
Daí se verificar, atualmente, uma tendência crescente nas mulheres que preferem estar sozinhas, sentido que não há homens disponíveis para uma relação de igualdade nos papéis e com maturidade suficiente para serem capazes de lidar emocionalmente com os desafios e dificuldades da relação, sem se esquivarem, tornarem defensivos ou agressivos, ou se remeterem ao silêncio — ou mesmo saírem de cena.
Este termo e assunto ressoa contigo?