03/06/2023
A Dove disponibilizou um estudo internacional sobre a relação dos adolescentes com as redes sociais, ajudando-nos a perceber que muitas das mensagens a que os nossos filhos têm acesso, de forma livre, podem ter um impacto francamente prejudicial na sua saúde mental e na forma como perspectivam a sua auto-estima (de modo, progressivamente, mais debilitado).
O estudo - que, em Portugal teve 1200 inquiridos, incluindo 500 pais e 700 jovens entre os 10 e os 17 anos - ajuda-nos a perceber que os adolescentes portugueses reconhecem que as redes sociais estão a alterar, de forma significativa, a maneira como eles comunicam entre si, preferindo a comunicação on-line ao contacto face a face e de viva voz. E como se sentem viciados nas redes sociais. Reconhecendo que não se auto-regulam nem que têm quem os resgate dessa dependência, que faz das redes sociais uma espécie de “droga leve” que todos consomem.
Mais, ainda, os adolescentes reconhecem as redes sociais como parte de si mesmos. Não sendo capazes de destrinçar a realidade que os algoritmos lhes facultam da realidade tal qual ela é! O que faz das redes sociais um elemento preponderante na sua informação e na sua formação. Com todas as distorções que isso lhes traz! Nomeadamente, com muitos conteúdos tóxicos sobre a beleza, diante dos quais não sentem contraditório nem alternativas de síntese. Nomeadamente, nos seus pais.
Finalmente, os pais dos adolescentes, reconhecendo o papel nocivo das redes sociais no desenvolvimento dos seus filhos, assumem-se impotentes para interferirem nessa relação. E, colocando-se num plano secundário, atribuem-lhes um papel mais preponderante na formação do caráter e na auto-estima dos seus filhos que o da própria família. Por mais que reconheçam que elas são prejudiciais para a sua saúde mental e para o seu desenvolvimento.
Um estudo como este é um “safanão” importante para todos os pais. E ajuda-nos a perceber que:
as crianças não ganham se tiverem telemóveis cedo demais;
não devem nunca ter acesso a redes sociais antes dos 12;
e só se prejudicam se ficarem expostas, sem supervisão, a conteúdos tóxicos que, muitas vezes, as fazem sentir-se sozinhas, “em perigo” e mais “feias”.