05/03/2024
Quando olhares para trás, não vais sentir falta de teres sido promovido mais uma vez, de teres conseguido mais um aumento, de teres conduzido um carro topo de gama.
Quando olhares para trás, não vais sentir falta das noites que gastaste na empresa, nem das discussões que tiveste por causa de uma opção de negócios.
Quando olhares para trás, vais sentir falta do cheiro do cabelo do teu filho bebé quando se encostava a ti, da maneira como ele te chamava quando ainda mal sabia falar, da forma como encaixava inteiro no teu colo.
Quando olhares para trás, vais sentir falta das noites sem dormir para o adormecer, da vontade que ele tinha de dormir sempre na tua cama e não na dele, das pequenas quedas que ele dava quando começou a andar.
Quando olhares para trás, vais sentir falta de o levar pela primeira vez ao infantário, da mão pequena dele no meio da tua, do riso dele sempre que fazias caretas, das danças que faziam juntos.
Quando olhares para trás, vais sentir falta da primeira vez em que olhaste nos olhos de quem amas, da maneira como descobriste que tinhas encontrado a pessoa que querias para sempre, de ter a vida toda pela frente ao lado dela.
Quando olhares para trás, vais sentir falta da voz da tua mãe quando choravas e querias colo, do abraço apertado do teu pai, da união incondicional dos teus irmãos, da mesa cheia dos teus amigos.
Quando olhares para trás, vais sentir falta do que amaste, só disso. É bom que seja a isso que te dedicas acima de tudo, é bom que não deixes um dia passar sem teres pelo menos um pouco disso. Agora. Imediatamente. Antes de que tudo o que te reste seja olhar para trás.
Vai.
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