22/09/2025
ADOLESCENTES EM PERIGO!
O parlamento francês chamou “um cancro” à rede social mais querida dos adolescentes, acusando-a de ser uma "armadilha algorítmica", prejudicial e perigosa, porque os expõe a conteúdos ilícitos, colocando, deliberadamente, em perigo a saúde e a vida dos utilizadores. Daí que tenha proposto a proibição de redes sociais a menores de 15 anos, e entre os 15 e os 18 um recolher noturno obrigatório. Recomendando uma medida que configure o “delito de negligência digital” para “os pais irresponsáveis”. O presidente francês apoia as propostas apresentadas, semelhantes às que já se aplicam na Austrália, onde menores de 16 anos são proibidos de aceder às redes sociais. E Ursula von der Leyen declarou que, até ao final do ano, virá a pedir a um painel de peritos conselhos sobre a melhor abordagem a levar a efeito na Europa sobre este tema.
Perante tantos sinais, tão exuberantes, de preocupação das autoridades sobre o efeito das redes sociais na adolescência não deveriam os pais assumir, de forma pró-activa, atitudes de proteção dos seus filhos?
Serão todas estas decisões exageradas e pouco ponderadas ou haverá uma espécie de défice de atenção de todos nós em relação aos riscos que os adolescentes parecem estar a ser, continuamente, expostos? E se houver - por desconhecimento; porque a consequência dessa exposição não se traduz, aos nossos olhos, desde logo, em comportamentos perigosos; ou porque ela se dá com os adolescentes dentro de casa e longe de “más companhias” - não poderão os pais, muito longe daquilo que imaginam, estar a incorrer em atitudes de negligência parental?
Havendo alterações claras do comportamento dos adolescentes em consequência da exposição às redes sociais, não será uma urgência de todos que do dolo, a determinar-se que existiu, se retirem as consequências devidas e que, entretanto, se tomem medidas de controle destes conteúdos?
É claro que destas medidas voltaremos a escutar o “é proibido proibir” ou o apelo à auto-regulação dos adolescentes. Mas serão eles crescidos e esclarecidos o suficiente para que, só por si, façam face a tantos perigos e saibam proteger-se, quando nós estamos a ter tantas dificuldades para o fazer?