29/09/2025
As Usurpações de Funções na Saúde.
Nos últimos tempos, têm surgido cada vez mais casos preocupantes de usurpação de funções em várias áreas, sobretudo na medicina estética. Pessoas sem qualquer formação adequada aplicam procedimentos invasivos que colocam em risco não só a saúde pública, mas também a vida de quem, muitas vezes por falta de informação, acaba por confiar nestes serviços.
Assim, este fenómeno, no entanto, não se limita apenas à medicina. Acontece também na psicologia, na ortopedia, na comunicação e até na educação. Em diferentes áreas da saúde e das ciências sociais existem indivíduos que, sem estarem habilitados, se apresentam como especialistas e oferecem soluções rápidas, mas perigosas.
Neste âmbito, vale a pena refletir com um exemplo simples: se soubesse que o piloto do avião onde iria viajar não era realmente piloto, mas sim um “coach da aviação”, um “espiritista da aviação”, um “cartomante” ou até um “terapeuta energético da aviação”, teria coragem de entrar nesse voo? Provavelmente não. Então, por que razão arriscar a sua saúde, a sua vida ou a educação dos seus filhos, confiando em pessoas que se intitulam profissionais sem o serem?
O mesmo se aplica à escola. Entregaria o futuro académico do seu filho a alguém que, em vez de ser professor, se apresenta como astrólogo, médium ou “flor que explica a vida”? Acreditar em falsas soluções e recorrer a indivíduos não credenciados é colocar-se, a si e à sua família, numa situação de vulnerabilidade e risco.
É fundamental lembrar que os verdadeiros profissionais, médicos, psicólogos, professores, estão sujeitos a normas éticas e legais que garantem a sua responsabilidade, o sigilo e a qualidade do trabalho que desenvolvem. Já os falsos profissionais não respondem a qualquer ordem profissional nem a códigos de ética. Se já desrespeitam as regras básicas da profissão, porque haveriam de respeitar a confidencialidade, a seriedade ou a própria vida de quem os procura?
Por isso, proteja-se.
Não coloque botox sem ter a certeza de que é um médico a realizar o procedimento. Não fale dos seus problemas psicológicos ou emocionais sem confirmar que está perante um psicólogo credenciado. Não entregue as dificuldades escolares do seu filho a alguém que não seja professor.
Consequentemente, ao escolher falsos profissionais, assume também o risco legal e pessoal de confiar a sua saúde e a sua vida, ou a dos seus filhos, a quem não tem competência para cuidar.
Procure sempre profissionais reconhecidos, com formação comprovada e regulamentada.
Não entregue a sua confiança a quem vive de ilusões.
Att.