Gabinete de Psicologia Dr. Rui Faria da Costa

Gabinete de Psicologia Dr. Rui Faria da Costa Realização de diagnósticos, avaliação psicológica, planeamento, monitorização, intervenção psicológica e consultoria.

29/09/2025

As Usurpações de Funções na Saúde.
Nos últimos tempos, têm surgido cada vez mais casos preocupantes de usurpação de funções em várias áreas, sobretudo na medicina estética. Pessoas sem qualquer formação adequada aplicam procedimentos invasivos que colocam em risco não só a saúde pública, mas também a vida de quem, muitas vezes por falta de informação, acaba por confiar nestes serviços.
Assim, este fenómeno, no entanto, não se limita apenas à medicina. Acontece também na psicologia, na ortopedia, na comunicação e até na educação. Em diferentes áreas da saúde e das ciências sociais existem indivíduos que, sem estarem habilitados, se apresentam como especialistas e oferecem soluções rápidas, mas perigosas.
Neste âmbito, vale a pena refletir com um exemplo simples: se soubesse que o piloto do avião onde iria viajar não era realmente piloto, mas sim um “coach da aviação”, um “espiritista da aviação”, um “cartomante” ou até um “terapeuta energético da aviação”, teria coragem de entrar nesse voo? Provavelmente não. Então, por que razão arriscar a sua saúde, a sua vida ou a educação dos seus filhos, confiando em pessoas que se intitulam profissionais sem o serem?
O mesmo se aplica à escola. Entregaria o futuro académico do seu filho a alguém que, em vez de ser professor, se apresenta como astrólogo, médium ou “flor que explica a vida”? Acreditar em falsas soluções e recorrer a indivíduos não credenciados é colocar-se, a si e à sua família, numa situação de vulnerabilidade e risco.
É fundamental lembrar que os verdadeiros profissionais, médicos, psicólogos, professores, estão sujeitos a normas éticas e legais que garantem a sua responsabilidade, o sigilo e a qualidade do trabalho que desenvolvem. Já os falsos profissionais não respondem a qualquer ordem profissional nem a códigos de ética. Se já desrespeitam as regras básicas da profissão, porque haveriam de respeitar a confidencialidade, a seriedade ou a própria vida de quem os procura?
Por isso, proteja-se.
Não coloque botox sem ter a certeza de que é um médico a realizar o procedimento. Não fale dos seus problemas psicológicos ou emocionais sem confirmar que está perante um psicólogo credenciado. Não entregue as dificuldades escolares do seu filho a alguém que não seja professor.
Consequentemente, ao escolher falsos profissionais, assume também o risco legal e pessoal de confiar a sua saúde e a sua vida, ou a dos seus filhos, a quem não tem competência para cuidar.
Procure sempre profissionais reconhecidos, com formação comprovada e regulamentada.
Não entregue a sua confiança a quem vive de ilusões.
Att.

13/09/2025

O estudo "Investigating Correlations Between Defence Mechanisms and Pathological Personality Traits", publicado na Revista Colombiana de Psiquiatria em 2019, teve como objetivo investigar a relação entre os mecanismos de defesa e os traços patológicos de personalidade.
A pesquisa contou com uma amostra de 320 participantes, com idades entre 18 e 64 anos, sendo 70,6% mulheres e 87,5% estudantes universitários. Os participantes responderam ao Dimensional Clinical Personality Inventory (IDCP), que avalia 12 dimensões de traços patológicos de personalidade, e ao Defence Style Questionnaire (DSQ-40), que mede 40 mecanismos de defesa específicos.
Assim, os resultados indicaram diferenças significativas entre os grupos que utilizavam mecanismos de defesa maduros, neuróticos e projeção, sendo os traços patológicos de personalidade mais prevalentes entre indivíduos que recorriam a mecanismos de defesa projetiva. As análises de correlação mostraram associações positivas moderadas entre diversos mecanismos de defesa e dimensões de traços patológicos, enquanto a análise de regressão revelou que certos clusters de traços de personalidade puderam prever o uso de mecanismos de defesa, com valores preditivos variando entre 20% e 35%. Em conclusão, o estudo evidenciou que a utilização de mecanismos de defesa de projeção imatura está associada a maior presença de traços patológicos de personalidade, destacando a relevância clínica de compreender essas relações para avaliação e intervenção psicológica.
Humanizar pelo Saber.

07/09/2025
05/09/2025

O Propósito e a Gratidão! 🙏🍀
Att.
Humanizar pelo saber.

01/09/2025

Humanizar pelo saber.

28/08/2025

Aos homens (pais).
As experiências vividas na infância deixam marcas que vão muito além do campo psicológico, alcançando igualmente a biologia. A ciência tem demonstrado que situações de stress precoce podem influenciar não apenas o indivíduo, mas também a forma como os seus descendentes se desenvolvem. O estudo FinnBrain Birth Cohort, realizado pela Universidade de Turku, na Finlândia, mostrou que homens que viveram adversidade durante a infância apresentam alterações epigenéticas no es***ma. Estas alterações, observadas ao nível da metilação do DNA e da expressão de pequenos RNAs não codificantes, localizam-se em regiões associadas ao desenvolvimento cerebral, incluindo genes como o CRTC1 e o GBX2. Estes resultados sugerem que o sofrimento precoce pode deixar “pegadas biológicas” transmissíveis às gerações futuras.
Assim, é fundamental compreender que estas marcas epigenéticas não modificam os genes em si, mas a forma como eles se expressam. A metilação do DNA, por exemplo, atua como um interruptor que pode silenciar ou ativar determinados genes, influenciando o modo como o organismo reage ao stress ou regula o funcionamento do cérebro. Já os pequenos RNAs não codificantes funcionam como mensageiros que determinam quando e como os genes são utilizados.
Assim, experiências negativas vividas na infância podem condicionar subtilmente a biologia dos seus próprios futuros filhos, criando vulnerabilidades adicionais no seu desenvolvimento emocional e mental.
Não obstante, e perante estas evidências, torna-se urgente reforçar a importância de os homens (pais) procurarem apoio psicológico.
Consequentemente, o cuidado com a saúde mental não se esgota no alívio do sofrimento individual, mas representa igualmente um investimento na qualidade de vida das gerações seguintes.
Pois, ao lidar com os efeitos do trauma, o homem protege não apenas a si próprio, como também cria condições para que os filhos cresçam em ambientes mais estáveis, livres da propagação de marcas invisíveis que, de outra forma, poderiam perpetuar-se.
Assim, cuidar da mente deve ser entendido como um gesto de responsabilidade e de coragem. Neste sentido, procurar ajuda psicológica não é sinal de fraqueza, mas sim um passo consciente para quebrar ciclos de dor e abrir caminho para um futuro mais saudável. Ao tratar das suas próprias feridas, o homem (pai) contribui para um legado de maior equilíbrio emocional e resiliência, garantindo que a sua descendência não herde apenas o peso do passado, mas também a possibilidade real de viver em plenitude.
Att
Rui Faria da Costa

26/08/2025

Um dos princípios da autonomia.
Karl Popper foi um pensador austríaco do século XX, reconhecido sobretudo pela sua defesa da sociedade aberta e pela crítica aos sistemas totalitários e às ideologias que prometem um “paraíso na Terra”.
Popper olhava com grande desconfiança para os projetos que anunciavam a construção de uma sociedade perfeita. Para ele, tais projetos implicavam necessariamente uma planificação rígida e um controlo absoluto sobre os cidadãos, o que, mais cedo ou mais tarde, conduzia à repressão.
Assim sendo, o perigo de se acreditar num “paraíso terrestre” reside precisamente no facto de, em nome desse ideal, serem justificadas atrocidades contra os indivíduos e sociedades. Pois a promessa de salvação coletiva acaba por abrir espaço à tirania, transformando o sonho de perfeição num verdadeiro caos.
Foi nesse sentido que Popper estabeleceu a distinção entre sociedade aberta e sociedade fechada. A primeira caracteriza-se por instituições democráticas, liberdade individual, pluralidade de opiniões e possibilidade de crítica constante ao governo. A segunda, em contrapartida, baseia-se em dogmas, certezas absolutas e na figura de líderes que se colocam acima de qualquer questionamento. Para Popper, o verdadeiro progresso só pode ocorrer numa sociedade aberta, que avança através de pequenas reformas graduais e não por meio de revoluções totalitárias.
Assim como nenhuma teoria científica deve ser considerada definitiva e precisa estar sempre sujeita à crítica e à prova, também na política não existe sistema perfeito. As instituições devem ser constantemente avaliadas e melhoradas.
Neste âmbito, o objetivo não deve ser a construção de um paraíso inatingível, mas sim a redução do sofrimento humano e a correção contínua dos erros que inevitavelmente surgem.
De facto, a mensagem de Popper mantém-se atual: sempre que alguém promete soluções finais e perfeitas, é preciso ter cautela. Mais do que buscar a perfeição absoluta, devemos procurar sociedades abertas, flexíveis e capazes de se corrigir a si próprias. Só assim se evita transformar a promessa de um paraíso num verdadeiro inferno.
Esta mesma visão pode inspirar a psicologia. Assim como as sociedades abertas permitem espaço para crítica e mudança, também na vida individual não se deve procurar uma perfeição inalcançável, mas sim a capacidade de rever crenças, flexibilizar pensamentos e reformular comportamentos. Popper ensina-nos que não é na promessa de um “paraíso psicológico” que se encontra a liberdade interior, mas no exercício contínuo de autocrítica e de crescimento pessoal. A psicologia, nesse sentido, torna-se uma ferramenta para que cada pessoa se torne protagonista do seu próprio processo, aprendendo a alavancar as suas próprias ideias, a testar os seus limites e a corrigir os próprios erros. Assim, tal como a sociedade aberta, a mente aberta é a única via para um progresso real, humano e sustentado.
Att.
Humanizar pelo saber.

16/08/2025

A visão e a audição são processadas de forma separada.
Um estudo internacional realizado pela University of Rochester e pela University College Dublin, publicado a 15 de agosto de 2025 na Nature Human Behaviour, acompanhou mais de 300 adultos ao longo de quatro anos para compreender como o cérebro integra diferentes sentidos. Assim sendo, os investigadores descobriram que a visão e a audição são processadas de forma separada, mas acabam por se fundir no sistema motor, o que permite ao cérebro tomar decisões mais rápidas e eficazes quando os estímulos surgem em simultâneo.
Neste âmbito, estes resultados mostram que, em vez de um sentido “vencer” o outro, como se pensava, existe uma verdadeira integração que melhora o tempo de reação e a precisão da resposta.
Att.
Rui Faria da Costa

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