27/11/2025
Viver significa se relacionar e yoga (que tem sua origem na palavra sânscrita yuj, “unir, ligar”) tem tudo a ver com isso – com a relação consciente do indivíduo com ele mesmo, com as pessoas que o cercam, com o mundo ao seu derredor, com Deus. Como, num sentido mais amplo, o vocábulo yoga serve em geral para designar toda técnica de ascese, sua função é facilitar o indivíduo a se ligar de modo consciente aos seus mundos interno e externo.
Há quem veja o yoga como um conjunto de exercícios físicos, de autoconhecimento corpóreo, extremamente útil para proporcionar longevidade e ajudar o praticante e alcançar qualidade de vida e bem-estar físico e mental. Tal pessoa está certa e está praticando espiritualidade automotivada (hatha-yoga).
Há quem se valha do yoga como instrumento de vínculo com o Divino através das ações sociais e prestação do serviço desinteressado aos outros. Isso é pura verdade e quem entente o yoga sob esta ótica está praticando espiritualidade horizontal (karma-yoga).
Há quem entenda yoga como um conjunto de pensamentos e orientações capazes de conectar o indivíduo com seu Eu transcendente e colocá-lo acima da condição caótica do mundo em que vivemos.
Não há dúvidas que esta visão é correta e quem age desse modo pratica a espiritualidade vertical (jnana-yoga).
E há também quem compreenda o yoga como uma disciplina espiritual e práticas que visa, através de cânticos devocionais, invocações ao Divino e rituais, o despertar da sua relação amorosa com Deus e Sua criação. De fato, yoga também é isso tudo. E quem age desse modo pratica a espiritualidade ascendente (bhakti-yoga).
Surge, então, a questão: “Qual seria a maneira correta de lidar com o yoga? Qual dessas opções seria a melhor de todas?...
Talvez a melhor maneira de entender o yoga é vê-la como uma escadaria em que todo degrau tem sua importância vital.
Na verdade, há uma interligação entre hatha, karma, jnana e bhakti-yogas. Portanto, somente a harmonia entre estes métodos pode nos proporcionar um resultado completo e permanente. Em outras palavras, é necessário que o indivíduo tenha consciência da importância do seu corpo grosseiro e sutil e exerça domínio sobre eles.
por C.Swami.