Márcia Arnaud - Psicóloga Clínica

Márcia Arnaud - Psicóloga Clínica Psicóloga Clínica | Crianças, Adolescentes e Adultos
Somos emoções. Vamos senti-las e pensar s

CONEXÃOfinalmente o dia chegou ao fim. finalmente estão junto das pessoas mais importantes para si. mas parecem todos tã...
23/10/2025

CONEXÃO
finalmente o dia chegou ao fim. finalmente estão junto das pessoas mais importantes para si. mas parecem todos tão agitados. parece que não conseguem ver o que se passa mesmo à sua frente.

os pais olham constantemente o relógio, tomando novamente consciência de que o tempo continua a estar contra si. olham o espelho retrovisor e só conseguem ver a lista mental de afazeres que ainda não têm check.

do outro lado do espelho, temos uma criança à procura de um olhar para se fixar, para se ancorar. passou um dia de tarefa em tarefa, de adulto em adulto, de demanda em demanda, focada em corresponder e sedenta de um colo para desmoronar no acento daquele carro.

as demandas continuam. o princípio da realidade impõe-se.
há TPCs para serem feitos. há banhos para serem tomados. há jantar para ser confeccionado. há pormenores do trabalho para ultimar antes da hora de ir para a cama.

o cansaço desperta
o cansaço multiplica-se.
os recursos esgotam-se.
todos se desregulam.

os adultos gritam e exigem obediência.
estão cheios com tudo o que lhes foge ao controle.
as crianças fincam o pé, gritam, choram e batem.
estão cheias de andar a toque de caixa.

todos precisam de colo.
todos sentem que as suas necessidades não foram suprimidas.
todos precisam de algo diferente.

tudo começou de manhã.
tudo descamba à noite.
mas é na conexão que podemos
impedir que este comboio de emoções descarrile.

OS NÃO DITOSdurante estas últimas semanas este tema é um pop-up constante na minha mente. esta é uma das maravilhas dest...
25/09/2025

OS NÃO DITOS
durante estas últimas semanas este tema é um pop-up constante na minha mente. esta é uma das maravilhas deste trabalho, estamos plenamente em relação, com aquilo que quem está connosco traz mas, de igual modo, com aquilo que temos dentro de nós. li o livro da Galit há alguns meses, mas ele continua a ecoar dentro de mim e a entrelaçar-se com o presente, e com a leitura do Livro da Rita.

tenho recordado os silêncios. os buracos nas narrativas. os não ditos. tenho recordado tudo aquilo que ao mesmo tempo não está lá, mas está. tudo aquilo que consegue ficar longe da consciência, mas que invade o inconsciente. tudo o que se acha que deve ficar na sombra, esquecendo-nos que a sombra sempre nos acompanha.

as nossas crianças podem não ser capazes de colocar palavras naquilo que sentem. podem não ser capazes de compreender conscientemente o que se passa à volta delas. mas acreditem, elas vão captar que algo paira sobre elas e sobre nós. vão captar o nosso excesso de zelo, a nossa ansiedade exorbitante, o nosso olhar assustado, o nosso suspiro reprovador... tudo o que evitamos falar, tudo o que fingimos não ver. elas vão captar tudo isso e, na ausência de legenda, vão preencher esse vazio com a sua própria imaginação - egocêntrica e imatura, provavelmente, longe da realidade.

vão-se adaptar às nossas sombras porque não as percebem, mas intuem. os silêncios ficam. os não ditos continuam por dizer. a sombra acompanha-nos. o padrão estabelece-se. a história repete-se. e o que era só nosso, agora é delas também.

Endereço

Rua Raquel Roque Gameiro, N18
Lisbon

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