04/11/2025
Terapia- O bolo inacabado
Imagine que é um bolo em processo de confeção.
Tem os seus ingredientes: algumas partes doces (afetos, conquistas, memórias boas), algumas partes mais amargas (perdas, medos, dores), e até alguns elementos que parecem não combinar entre si.
Quando olha para a massa ainda crua, pode parecer caótica, sem forma definida.
É natural que sinta impaciência: quer ver logo o resultado pronto.
Mas a terapia é como o tempo no forno.
É o espaço seguro onde esses ingredientes se encontram, se transformam e ganham consistência.
O calor não é imediato nem sempre confortável, mas é necessário para que a mistura se torne algo novo.
Ao longo do processo, podem surgir dúvidas:
“Será que escolhi os ingredientes certos?”
“E se o bolo não f**ar bonito como os dos outros?”
“E se nunca estiver perfeito?”
E aqui está o ponto essencial:
um bolo não precisa ser perfeito para ser saboroso.
Talvez ele saia com uma fissura , talvez não cresça tanto, talvez tenha mais textura de um lado do que do outro.
Mas ainda assim é um bolo que nutre, que tem valor, que pode ser partilhado.
Na terapia, aprendemos que o mais importante não é ter a receita perfeita, mas sim reconhecer que, com o que temos, podemos criar algo bom, signif**ativo e único.