13/04/2021
François Suzzarini revela no seu livro "A Astrologia Egípcia" um conceito interessante denominado a Roda das Carências que surge num papiro atribuído a Toth.
Deixo-vos aqui um extracto desse conceito mencionado nesse livro.
"(...) Este sacerdote foi o primeiro a interpretar astrologicamente o símbolo do ciclo solar revelado pelo deus Íbis. O seu método astrológico baseia-se no percurso circular que o Sol descreve no céu, de Oriente a Ocidente, passando pelo Zénite, depois sob a terra na barca solar conduzida por Isis e Anúbis, no propósito iniciático de se regenerar e de renascer no novo dia que começa. Com efeito, servia-se do signo zodiacal que precedia o do nascimento dum indivíduo para obter uma explicação mais profunda. Observou especialmente que, a qualidade fundamental de um signo se encontra sempre em carência no signo que se lhe segue. Estabeleceu assim um seguimento lógico dos doze signos do zodíaco que podemos traduzir, sob a forma de um círculo dividido em quatro partes, representando cada parte uma estação. Claro que cada quarto do círculo assim constituído será, por sua vez, subdividido em três partes iguais representando os três signos zodiacais contidos numa estação.
Mencionaremos as qualidades dum signo que figurarão no signo seguinte. Obteremos uma sinusóide.
A roda das carências
Cada signo possui pontos fortes que, na teoria das carências de Toth, se tornam os pontos fracos do signo que se lhe segue. A roda das carências descreve-se da seguinte maneira:
O ponto forte do Carneiro situa-se na sua capacidade de agir, de combater, o que não é o caso do Touro que permanece passivo, rotineiro, calmo e que acumula os bens.
O ponto forte do Touro reside na sua paciência, no seu espírito materialista, o que não é o caso dos Gémeos que pecam pela impaciência e pela dispersão das suas forças.
O ponto forte dos Gémeos situa-se na actividade cerebral, sua adaptação ao mundo envolvente, o que não é o caso do Caranguejo que se protege a todo o custo dos outros e se fecha em si mesmo.
O ponto forte do Caranguejo reside na sua faculdade de imaginar, de Sonhar, de sentir, o que não é o caso do Leão que se volta para os outros e se expõe ao mundo exterior.
O ponto forte do Leão reside na sua faculdade de organizar, de se colocar à frente, de guiar, o que não é o caso da Virgem que se apaga, se minimiza, se autocrítica.
O ponto forte da Virgem reside no seu espírito de concentração, de análise, no sentido do essencial, na sua prudência, o que não é o caso da Balança que peca pelo imprevisto e pela incapacidade de decisão.
O ponto forte da Balança situa-se na sua necessidade de comunicação, no seu sentido da harmonia e da medida justa, o que não é o caso do Escorpião que toca os extremos com agressividade e que pratica a política do tudo ou nada.
O ponto forte do Escorpião é a sua agressividade controlada, a sua discrição, a sua originalidade, o que não é o caso do Sagitário que se exterioriza e toma iniciativas, que gosta do convencional.
O ponto forte do Sagitário situa-se no domínio da espiritualidade e da iniciativa, o que não é o caso do Capricórnio que peca pelo excesso de reserva e de interiorização.
O ponto forte do Capricórnio é do domínio do trabalho assíduo, do conhecimento profissional, da ambição escondida, da sisudez, do conformismo, o que não é o caso do Aquário que se abre a todos, falta-lhe o espírito prático e é essencialmente anti-conformista nos seus actos e nos seus pensamentos.
O ponto forte do Aquário é o seu espírito de inovação, de fraternidade, o seu sentido de colaboração frutuosa, o que não é o caso dos Peixes que vivem no misticismo, na universalidade e na plasticidade mais completa.
O ponto forte de Peixes é o seu dom para receber, para sentir intuitivamente, a sua sugestibilidade, o seu desinteresse, a sua passividade em face do destino, o que não é o caso do Áries que vive o momento presente concretamente e com combatividade, sem ter problemas sentimentais ou estados de alma perturbadores... e a roda das carências continua a rodar...(...)"