21/11/2025
Nos primeiros meses de vida, um bebê não entende onde termina seu corpo e onde começa o mundo.
Ele existe através de quem cuida.
No início da vida, o bebê depende inteiramente de quem o acolhe.
É o período que Winnicott chamou de dependência absoluta.
O bebê precisa que alguém o segure, o alimente, o aqueça, o conforte, o traduza, o apresente ao mundo…
Mas precisa, sobretudo, que alguém o perceba.
Ele não tem recursos internos.
Ele não se regula sozinho.
Ele não entende o que sente.
Ele não diferencia fome de angústia, frio de medo, barulho de ameaça.
Sem o adulto, o bebê não apenas sofre:
ele se desorganiza.
Por isso, o cuidador, que muitas vezes é a mãe, é mais do que uma figura: é o ambiente.
E esse ambiente não precisa ser perfeito.
Precisa ser suficientemente bom: presente, responsivo, atento dentro do possível.
Acolhedor, mas humano.
Capaz de falhar um pouco e reparar.
Nos primeiros meses, cuidar de um bebê é oferecer a ele algo que depois ele levará para a vida inteira: um sentimento de que o mundo pode ser seguro.
De que alguém o vê.
De que existir é permitido.
🌿 É nessas trocas e encontro, que o bebê passa a existir.