Clínica Psicologia Lisboa

22/11/2025

A Síndrome do Impostor é uma experiência psicológica comum, embora profundamente silenciosa, em que a pessoa se sente constantemente insuficiente, mesmo quando tem provas claras das suas capacidades. Quem vive esta experiência tende a acreditar que o seu sucesso se deve à sorte, ao acaso ou a um mal-entendido, e não ao seu mérito real. O medo de ser “apanhado” como uma fraude instala-se, gerando ansiedade, autocobrança extrema e um desgaste emocional significativo.

Na prática, a síndrome do impostor manifesta-se através de pensamentos como: “Não sou assim tão bom”, “Qualquer pessoa faria melhor” ou “Mais cedo ou mais tarde vão perceber que não sei o suficiente”. Estas ideias surgem em contextos profissionais, académicos ou pessoais, afectando a autoestima e a confiança na própria competência.

É importante compreender que esta sensação não está ligada ao desempenho real, mas sim à forma como a pessoa interpreta os seus resultados. Muitas vezes, surge em indivíduos altamente perfeccionistas, exigentes consigo próprios ou que cresceram em ambientes onde o valor pessoal era associado a conquistas.

Superar a síndrome do impostor passa por reconhecer estes pensamentos como distorções cognitivas, aprender a valorizar conquistas objectivas e praticar a autocompaixão. Falar sobre isto com alguém de confiança ou com um profissional de saúde mental ajuda a desmontar crenças enraizadas e a criar uma visão mais equilibrada e realista de si próprio.

No fundo, ninguém precisa de ser perfeito para ser competente. E aprender a aceitar o próprio valor é um passo essencial para viver com mais tranquilidade, autenticidade e confiança.

20/11/2025

A Vergonha de pedir Ajuda Psicológica

Há uma vergonha silenciosa que acompanha muitas pessoas quando pensam em procurar ajuda psicológica. Não é apenas medo do julgamento externo — é, muitas vezes, um diálogo interno duro, que diz “deverias conseguir sozinho”, “não é assim tão grave”, ou “os outros vão pensar que estás a falhar”. Esta autocensura transforma sofrimento em culpa e impede a procura de apoio num momento em que a pessoa mais precisa de ser cuidada.

Parte desta vergonha nasce da ideia errada de que pedir ajuda é sinal de fraqueza. Na verdade, é exactamente o contrário: é um acto de coragem emocional. Requer maturidade reconhecer limites, nomear dores e enfrentar partes de nós que evitámos durante anos. Requer humildade para admitir: “não consigo carregar isto sozinho”.

Outro factor é o medo de se expor. A terapia convida-nos a olhar para dentro, a desmontar defesas, a confrontar padrões. E isso assusta. Mas o espaço terapêutico não é um tribunal — é um lugar seguro, confidencial e sem julgamento, onde cada história é acolhida com respeito e humanidade.

A vergonha começa a perder força quando percebemos que todos, em algum momento, precisam de apoio psicológico: por perda, ansiedade, burnout, conflitos familiares, relações difíceis, traumas antigos ou apenas porque a vida, por vezes, pesa. Procurar ajuda não é sinal de falha. É sinal de cuidado, de responsabilidade consigo próprio e de vontade de viver com mais clareza e menos dor.

Pedir ajuda não diminui ninguém. Pelo contrário: amplia a vida. Quando se dá o primeiro passo, descobre-se que aquilo que parecia fragilidade era, afinal, força a renascer.

17/11/2025