25/11/2025
Este ano, pelo menos 24 mulheres foram assassinadas em Portugal até novembro.
A maioria em contexto de relação íntima.
A maioria depois de muitos sinais ignorados.
Porque a violência não é apenas física.
É psicológica, económica e social e continua a crescer entre gerações mais novas, alimentada por discursos que romantizam o controlo e desvalorizam o respeito.
Como psicóloga, vejo todos os dias o impacto do medo prolongado: o corpo em alerta, o sono que desaparece, a culpa que se instala, a insegurança que cresce e a auto-estima que se anula.
A violência adoece a mente, o corpo e a sociedade.
Mas há algo que todos podemos fazer.
A mudança começa quando deixamos de olhar para estas histórias como exceções e passamos a vê-las como sintomas de uma cultura que ainda não aprendeu o que é amor nem aprendeu a importância de sarar traumas em tempo útil.
O silêncio é o solo onde a violência cresce.
Que sejamos parte da voz que reconstrói com empatia e coragem.