Há quem ligue, todos os dias, o computador no conforto do escritório e escreva em folhas de excell ou num documento word números, letras, cálculos ou fichas de economato. Vítor Marques, 46 anos, nascido e criado na freguesia lisboeta de Alcântara, trabalha com o martelo, máquina de soldar e a quinadeira.
É com estas ferramentas, pesadas e precisas, que faz o que o cliente lhe pede: Seja um balcão para um restaurante ou para um talho, seja uma peça mais específica para um hospital ou mesmo um objeto decorativo, peças de design, como um candeeiro, ou uma moldura de espelho. É esta a sua rotina, desde que há cerca de 30 anos, tropeçou, por um mero acaso, na profissão de serralheiro. Pode ter sido, no início de carreira, uma forma de subsistência que lhe permitia pagar contas e dar início à sua vida adulta, mas rapidamente transformou-se numa paixão, que executa com profissionalismo e perfecionismo. O olhar atento ao que o rodeia misturado com o prazer de agradar o cliente, privilegiando e respeitando as ideias de quem procura o seu trabalho são as suas principais qualidades.
“O que mais gozo me dá é criar uma peça de raíz, do nada”. Desde esse primeiro momento em que se senta para discutir e desenhar a peça, começa a criar, mentalmente, o que virá a ser o resultado final. Tirar medidas, cortar a peça à medida e começar a chapa a ser transformada, e no final, montada, é o que o move nesta profissão. O caminho profissional foi iniciado com a arte de trabalhar o inox, seguindo-se, após a remodelação da sua primeira casa, outros materiais. A construção de uma mezzanine , de um espelho em ferro e a reconstrução das ombreiras em madeira abriram-lhe, literalmente, outras portas e outros desafios à sua criatividade. Arregaçar as mangas, e trabalhar dentro de prazos apertados, fazem parte da sua rotina.
É assim que se trabalha na casa deste artesão.
Artes em inox, ferro e madeira, por medida