28/11/2025
As lesões dos isquiotibiais são uma das principais causas de ausência competitiva no futebol, mas a sua origem é mais complexa do que muitas vezes se assume.
Um estudo observacional publicado no British Journal of Sports Medicine analisou 57 lesões em futebolistas de elite ao longo de 7 épocas (2017–2024) através de vídeo, revelando novos padrões de risco:
🔹 74% das lesões foram sem contacto direto.
🔹 51% ocorreram em corrida e 49% em movimentos de alongamento, como remates ou duelos.
🔹 68% envolveram interação com a bola e 51% surgiram em situações de duelo.
🔹 A maioria (72%) aconteceu em momentos ofensivos, a velocidades horizontais moderadas a altas, mas com mínima elevação vertical.
🔹 A análise biomecânica mostrou que as posições críticas envolvem extensão do joelho associada a flexão da anca.
👉 Conclusão principal: as lesões isquiotibiais no futebol feminino não se restringem a corridas em alta velocidade. Surgem também em fases de propulsão, travagem ou em movimentos de sobrecarga/alongamento, frequentemente em contextos imprevisíveis, que exigem decisões rápidas e múltiplas tarefas em simultâneo.
📌 Estes resultados reforçam a necessidade de programas de prevenção específicos, com treino excêntrico direcionado, trabalho neuromuscular e simulação de cenários reais de jogo.
🔎 Para uma análise mais aprofundada, recomendamos a leitura integral do artigo.
📖 Referência:
1.Pellegrini, A., Ranzini, A., Esposito, F., Della Villa, F., & Zago, M. (2025). Systematic video analysis of 57 hamstring injuries in women’s football (soccer): injury mechanisms, situational patterns and biomechanics. British Journal of Sports Medicine, 59(18), 1278–1286. https://doi.org/10.1136/bjsports-2024-108999