16/04/2025
A visão última do yoga é simples e directa: Eu sou sempre livre.
Agora mesmo posso tomar essa visão como a minha visão. Porquê esperar por outro momento? Por um momento futuro mais adequado? Não existe outro momento mais adequado do que este.
É como estar à espera DA experiência. Da tal experiência transcendental. O que faz uma experiência ter um impacto diferente e ser considerada transcendental não é a experiência em si. Se assim fosse, estaríamos todos a fazer a mesma experiência. Ou, ainda que cada um tenha a sua experiência transcendental pessoal, sempre que repetisse a tal experiência, deveria ter o mesmo resultado. E isso não acontece.
Ao estarmos à espera DA experiência desconsideramos todas as outras, inclusive a que está a acontecer agora! Todas as outras experiências são menores, insuficientes e assim acreditamos não ser suficientes. Sempre que alimentamos esta fantasia de uma experiência transcendental estamos, ao mesmo tempo, a colocar lenha na visão da dualidade: na visão de nós mesmos como limitados, na visão de nós mesmos como carentes, insuficientes e dependentes de algo para nos libertarmos.
A experiência em si não é o problema; o problema é esperar que a experiência, que é sempre limitada, nos traga aquilo que nunca poderá trazer – o ilimitado.
Se o livre de limitação depender de uma experiência então não é o livre de limitação 😎 O livre de limitação não pode depender de uma experiência especial ou de uma circunstância particular.
Em toda e qualquer experiência e também na ausência de experiência, eu sou livre de limitação. Haverá algo maior que isto?