15/11/2025
Muitas pessoas chegam à terapia a pensar que, nas primeiras sessões, vamos logo “ao fundo” da ferida.
Ou até com a expectativa de que o processo se resolva em poucas semanas, como se a dor tivesse um interruptor ou um manual de instruções.
Compreendo essa urgência.
Quando se chega cansada, exausta, a carregar tudo sozinha há tanto tempo, a vontade de obter algum alivio é enorme. Mas a nossa dor e o nosso corpo não se reorganiza à pressa, nem através de um entendimento racional e explicativo.
Por isso, a nossa visão enquanto equipa é que o início da terapia não é um sprint. Não é o momento de ir a fundo, pôr “o dedo na ferida”. É um momento para construir a base que permite que, mais tarde, possamos mesmo tocar no que dói, mas sem te desorganizares, sem te retraumatizares, sem precisares de voltar a endurecer o coração para aguentar atravessar esse momento.
Trabalhamos primeiro a segurança: a segurança de estar na relação, a segurança de sentir lado a lado contigo, a segurança de que não precisas proteger-te da mesma forma que um dia precisaste.
Só depois disso é que a tua mente e o teu corpo te permitem descer mais fundo, sem proteções e defesas.
Porque a verdadeira mudança acontece quando, pela primeira vez, conseguimos tocar na dor, devagar, com apoio, com presença, e sentes que não estás sozinha, desamparada, nesse caminho.
E é por isso que não apressamos o início. Porque o início é o lugar onde o teu sistema nervoso começa a acreditar que agora é possível descansar, baixar a guarda e permitires-te ser cuidada.
Se sentes que este pode ser o momento de começares o teu processo psicoterapêutico, podes agendar a tua consulta através do link na bio. Faremos este caminho contigo, de mãos dadas 🫂🤎