Carina Rodrigues Nave - Psicóloga Clínica

Carina Rodrigues Nave - Psicóloga Clínica Psicologia (+16 anos) | Psicoterapia | Terapia Familiar | Terapia de casal | Exclusivamente online

Muitas pessoas chegam à terapia a pensar que, nas primeiras sessões, vamos logo “ao fundo” da ferida.Ou até com a expect...
15/11/2025

Muitas pessoas chegam à terapia a pensar que, nas primeiras sessões, vamos logo “ao fundo” da ferida.

Ou até com a expectativa de que o processo se resolva em poucas semanas, como se a dor tivesse um interruptor ou um manual de instruções.

Compreendo essa urgência.

Quando se chega cansada, exausta, a carregar tudo sozinha há tanto tempo, a vontade de obter algum alivio é enorme. Mas a nossa dor e o nosso corpo não se reorganiza à pressa, nem através de um entendimento racional e explicativo.

Por isso, a nossa visão enquanto equipa é que o início da terapia não é um sprint. Não é o momento de ir a fundo, pôr “o dedo na ferida”. É um momento para construir a base que permite que, mais tarde, possamos mesmo tocar no que dói, mas sem te desorganizares, sem te retraumatizares, sem precisares de voltar a endurecer o coração para aguentar atravessar esse momento.

Trabalhamos primeiro a segurança: a segurança de estar na relação, a segurança de sentir lado a lado contigo, a segurança de que não precisas proteger-te da mesma forma que um dia precisaste.

Só depois disso é que a tua mente e o teu corpo te permitem descer mais fundo, sem proteções e defesas.

Porque a verdadeira mudança acontece quando, pela primeira vez, conseguimos tocar na dor, devagar, com apoio, com presença, e sentes que não estás sozinha, desamparada, nesse caminho.

E é por isso que não apressamos o início. Porque o início é o lugar onde o teu sistema nervoso começa a acreditar que agora é possível descansar, baixar a guarda e permitires-te ser cuidada.

Se sentes que este pode ser o momento de começares o teu processo psicoterapêutico, podes agendar a tua consulta através do link na bio. Faremos este caminho contigo, de mãos dadas 🫂🤎

Quando falamos em “sistema nervoso”, estamos a falar da forma como o corpo percebe o mundo.Se sente segurança, abre-se.S...
11/11/2025

Quando falamos em “sistema nervoso”, estamos a falar da forma como o corpo percebe o mundo.
Se sente segurança, abre-se.
Se sente risco, fecha-se.

O que muitas vezes chamamos de “ansiedade”, “dependência”, “retração” ou “explosão” não são características da personalidade. São estados do corpo.

E o corpo aprendeu estes estados dentro de relações.
Com quem cuidou. Com quem não cuidou.
Com quem estava lá e com quem não esteve.
É sempre relacional.

Por isso, a mudança também precisa de uma relação.
Uma relação onde seja possível sentir e continuar presente. Sem ser engolida pela emoção e sem precisar fugir dela.

Mudar não é forçares-te a reagir de outra forma. É criar um ambiente onde o teu corpo não precisa de se defender.

E isso aprende-se. Com tempo, ritmo e em companhia.

Se isto ressoou em ti, podemos começar quando quiseres. Encontra-nos no link na bio 🤎

Cruzo-me com este cenário diariamente no consultório: pessoas que compreendem perfeitamente o que lhes acontece e, mesmo...
10/11/2025

Cruzo-me com este cenário diariamente no consultório: pessoas que compreendem perfeitamente o que lhes acontece e, mesmo assim, continuam a agir como sempre. Presas ao seu proprio ciclo.

E isto não tem, na generalidade, nada a ver com um defeito ou incapacidade da pessoa, nem tão pouco com falta de força de vontade.
Isto é “só” o seu sistema nervoso a funcionar.

A maior parte dos padrões emocionais e relacionais a que f**amos presos não nasce no lugar de pensamentos, mas de experiências precoces de relação. São respostas que o corpo aprendeu num contexto onde precisou de se proteger, regular-se sozinho ou antecipar a dor para não ser apanhado de surpresa.

Por isso, compreender o padrão é apenas uma parte do processo. Importante, sim, mas insuficiente.

A mudança acontece quando damos tempo e espaço ao corpo para aprender uma nova experiência interna de segurança. E isso não se faz pela reflexão, mas pela relação.

É por isso que, em terapia, não trabalhamos apenas padrões de pensamento e comportamento. Trabalhamos emoções em relação. Trabalhamos a forma como sentes, onde sentes, quando sentes. E fazemos isso num encontro onde não precisas de passar por isso sozinha.

A compreensão racional abre a porta.
A relação segura permite-te atravessá-la.

Se isto fala ao teu coração, estamos aqui 🤎

A linguagem das “energias masculina e feminina” tornou-se uma forma popular de falar sobre dinâmicas internas, mas també...
06/11/2025

A linguagem das “energias masculina e feminina” tornou-se uma forma popular de falar sobre dinâmicas internas, mas também espelha as crenças de uma cultura que há séculos separa razão de emoção, ação de cuidado, força de ternura.

Do ponto de vista sistémico, esta separação não é natural, é aprendida.

São padrões transmitidos de geração em geração, moldados pelas expectativas de género e pelas narrativas familiares que definem o que é “ser homem” e o que é “ser mulher”.

E quando um discurso espiritual repete essas mesmas categorias, apenas com outra roupagem, ele reforça o mesmo sistema do qual dizemos querer libertar o mundo.

Na prática, isto cria uma nova polarização: homens que se sentem culpados por aceder à sensibilidade, mulheres que se sentem erradas por viver em ação.

Ambos prisioneiros de papéis simbólicos que mantêm o desequilíbrio original.

A terapia familiar sistémica convida-nos a olhar para além das polaridades. A ver o contexto, as lealdades invisíveis, as crenças herdadas sobre o que é permitido sentir, fazer ou desejar.

E a reconhecer que o verdadeiro equilíbrio não nasce de separar ou segregar “energias opostas”, mas de poder habitar todas as partes de nós, sem culpa, sem rótulos, sem género.

É natural que, numa relação longa, se questione.Porque o amor não é um estado fixo. É um processo vivo, entre duas (ou m...
04/11/2025

É natural que, numa relação longa, se questione.

Porque o amor não é um estado fixo. É um processo vivo, entre duas (ou mais) pessoas, em constante mudança.

O que tantas vezes chamamos de “dúvida” não é, necessariamente, o fim da relação. É, muitas vezes, um sinal de crescimento interno. Uma parte de nós a perguntar se ainda se reconhece no espaço que construiu com o outro.

Nas relações longas, o vínculo precisa de se ajustar às novas versões de cada um. Quando esse movimento não acontece, o amor que a sustenta começa a sentir-se apertado, confuso, cansado. E a dúvida aparece, não como uma ameaça à relação, mas como uma tentativa de reencontro.

Na terapia de casal, observo muitas vezes isto: quando se começa a questionar o amor que sentimos pelo outro, é porque se está, na realidade, a tentar sobreviver ao declínio natural da relação. A querer ser visto de novo, a encontrar uma nova forma de se expressar.

O problema não é, nem nunca foi, questionar o que se sente. O problema é o silêncio que se instala quando essa dúvida deixa de poder ser expressa.

Um amor maduro não é aquele que nunca se questiona. É aquele onde se encontra coragem para conversar sobre o que se sente, mesmo quando isso é desconfortável.

Porque só o que é vivo se atreve a ser posto em causa.

22/10/2025

Os estilos de vinculação tornaram-se rótulos.

Ansiosa, evitante, desorganizada, segura….

Mas a vinculação nunca foi uma tipologia de categorização. É um processo vivo, relacional, que se molda às experiências de segurança ou ameaça.

Quando dizemos “sou ansiosa” ou “sou evitante”, estamos a esquecer-nos de algo essencial: nós não nascemos assim.

Tornámo-nos assim em resposta ao que vivemos.
Cada padrão é uma estratégia de proteção aprendida, uma tentativa inteligente de sobreviver a um amor/cuidado que, em algum momento, foi imprevisível ou inseguro.

A boa notícia é que o que foi aprendido também pode ser desaprendido.

A vinculação é plástica.
Transforma-se quando encontramos relações estáveis, previsíveis, empáticas. Em terapia, na amizade, no amor, podemos reconfigurar a forma como nos ligamos ao outro.

Para o terapeuta, f**a o lembrete ético:
rotular é fixar, cristalizar na “doença”, incapacitar à mudança. Ajudar a compreender é libertar.

O teu padrão não é quem tu és. É apenas a melhor forma que encontraste, um dia, para te manter segura.

21/10/2025

Muitos acreditam que alcançar uma vinculação segura signif**a deixar de sentir emoções desconfortáveis (ou negativas, como muitos lhe chamam).

Mas segurança emocional não é ausência de emoção, é a capacidade de a conter, de a regular.

Numa vinculação segura, o medo não desaparece.
A diferença é que já não nos domina. O ciúme deixa de ser ameaçador, a presença de dúvida deixa de romper com o vínculo, a vulnerabilidade deixa de ser vista como uma fraqueza.

A segurança não é um estado imune à dor.
É uma experiência interna que permite sentir sem nos desorganizar. É a confiança de que, mesmo quando o vínculo é colocado à prova, existe um regresso possível.

Na prática clínica, isto implica repensar objetivos:
a terapia não deve servir apenas para eliminar sintomas, mas acima de tudo para ampliar a janela de tolerância emocional dos nossos pacientes. No fundo, para ajudar o paciente a construir espaço interno para acolher o medo, a saudade, o desconforto, sem precisar de se afastar, atacar ou controlar.

Ser seguro não é nunca sentir medo. É saber que, mesmo com medo, o vínculo continua a existir, preservado.

Um pensamento solto 🫂
13/10/2025

Um pensamento solto 🫂

09/10/2025

Fomos ensinados a acreditar que o auge da maturidade emocional é “não precisar de ninguém”. Mas esta ideia, tão celebrada e repetida, é uma distorção perigosa.

Porque a verdadeira segurança emocional não nasce da independência absoluta, mas sim da confiança. Da capacidade de depender com segurança. De poder precisar do outro sem medo de perder a dignidade ou o amor.

Uma dependência saudável, funcional, não aprisiona ninguém. Dá-nos chão.

E é a partir desse chão que nasce a verdadeira autonomia: a liberdade de explorar, de crescer, de ser quem somos, sabendo que, se algo falhar, há um lugar seguro a que podemos voltar.

Muitos dos que se orgulham de “não precisar de ninguém” não estão curados de todos os males. Estão em defesa. Aprenderam que depender era arriscado, que amar era estar vulnerável demais. E por isso confundem força com isolamento.

Curar é reaprender a confiar. É voltar a permitir que o outro nos toque sem nos perdermos a nós mesmos. É lembrar que a segurança não se conquista a sós, constrói-se a dois (ou a quantos precisarmos).

08/10/2025

Desde ha muito (demasiado) tempo que vejo este estado de sentir a que chamamos de vinculação ansiosa é reduzido a estereótipos: pessoas “carentes”, “dependentes”, “emocionalmente imaturas”. Mas estas leituras simplistas só servem para reforçar a vergonha e o isolamento de quem vive em permanente medo de perder a ligação.

A verdade é que, para muitas destas pessoas, a infância foi marcada por experiências de presença intermitente. Pais emocionalmente disponíveis em alguns momentos, ausentes noutros. E esta instabilidade precoce molda o sistema nervoso para a hipervigilância: a pessoa cresce a tentar prever o momento em que deixará de ser amada.

Na idade adulta, o que vemos no seu comportamento não é manipulação, mas sim uma tentativa desesperada de manter o vínculo. Não é uma dependência cega e doentia, é a memória viva de um amor que magoava porque nunca era inteiramente seguro.

Por isso, quando alguém com vinculação ansiosa pede contacto, explicações ou reafirmação, o que realmente está a pedir é segurança. É a certeza de que pode ser amada mesmo quando não é forte, mesmo quando não está bem, quando tem medo, mesmo quando sente demais.

E este lugar de cura não acontece no desapego, mas sim num lugar de segurança.

Conhece a nossa equipa 🤎Cada uma de nós traz a sua experiência, formação e paixão para criar um espaço seguro onde podes...
07/10/2025

Conhece a nossa equipa 🤎

Cada uma de nós traz a sua experiência, formação e paixão para criar um espaço seguro onde podes explorar o teu mundo interno e relacional e transformar as tuas relações.

Estamos aqui para te acolher e guiar na tua jornada de liberdade emocional.

Juntas por um propósito: transformar vidas, um coração de cada vez 🫂

07/10/2025

Nem sempre quem se afasta ou se desliga não se importa.

Às vezes, afasta-se porque amar ativa medo. Medo de falhar, de ser invadido, de se perder no outro, de não ser suficiente.

O evitamento não é desamor, é um excesso de alarme interno. É um sistema nervoso hipervigilante, que aprendeu a sobreviver através do controlo, do desligamento e da auto-suficiência.

Mas por baixo dessa aparente frieza, há dor. Há uma criança que um dia precisou de se desligar para aguentar e sobreviver ao que era demasiado doloroso. Que aprendeu que mostrar vulnerabilidade era arriscado. Que amar signif**ava f**ar vulnerável demais.

Quando rotulamos o evitamento como egoísmo, frieza, narcisismo, perdemos a oportunidade de o compreender.

E só o que é compreendido pode curar-se.

Endereço

Pinhal Novo

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 09:00 - 19:00
Terça-feira 09:00 - 19:00
Quarta-feira 09:00 - 19:00
Quinta-feira 09:00 - 19:00
Sexta-feira 09:00 - 19:00
Sábado 09:00 - 19:00

Notificações

Seja o primeiro a receber as novidades e deixe-nos enviar-lhe um email quando Carina Rodrigues Nave - Psicóloga Clínica publica notícias e promoções. O seu endereço de email não será utilizado para qualquer outro propósito, e pode cancelar a subscrição a qualquer momento.

Entre Em Contato Com A Prática

Envie uma mensagem para Carina Rodrigues Nave - Psicóloga Clínica:

Compartilhar

Share on Facebook Share on Twitter Share on LinkedIn
Share on Pinterest Share on Reddit Share via Email
Share on WhatsApp Share on Instagram Share on Telegram

Categoria