28/07/2021
Tudo se está a formar e tudo se está a transformar: os ossos, as articulações, o cérebro, a coluna. Desde que nascem até atingirem a adolescência, as crianças estão em constante mudança, mas também é nesta fase que criam e enraízam rotinas importantes. Por isso, quando o assunto é o exercício físico na infância, é importante ter em conta dois aspetos: primeiro, sim, é fundamental que uma criança, desde muito cedo, tenha atividade física; mas, por outro lado, esta atividade deve ser controlada e adaptada à idade e condição de cada criança. Será o ginásio a melhor solução? A partir de quando é que este espaço passa a ser seguro?
Ana Tavares, médica pediatra no Hospital de Cascais, explica que “não existem linhas orientadoras” muito rígidas referentes a este tema, mas esclarece logo que é importante fomentar a atividade física desde muito cedo.
Relativamente aos treinos em ginásio, a pediatra considera que estes devem começar, preferencialmente, a partir da adolescência, no caso das meninas, a partir dos 14 anos, e dos meninos, a partir dos 16, “por correrem menos risco e serem quase adultos”.
Antes destas idades, é essencial e fundamental um treino de ginásio acompanhado por um personal trainer com formação específica para tal.
“Podem treinar em ginásio, mas o treino tem de ser muito adequado porque tudo está em crescimento e o corpo está a formar-se”, acrescenta.
No caso das crianças que sofrem da obesidade, o cuidado precisa de ser redobrado, porque há uma sobrecarga óssea e muscular que torna a criança mais frágil: “Nestes casos, é preciso mesmo ter a certeza de que se está a trabalhar com um especialista com uma formação adequada.”
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o exercício físico desde a infância traz benefícios cardiorespiratórios e metabólicos. Entre os 5 e 17 anos deve ser marioritariamente de carácter aeróbico e perfazer uma hora diária da rotina de uma criança.