16/10/2025
É isto: só envelhecemos porque muito "deu certo" nas nossas vidas.
Celebremos os dias. Celebremos a vida. E com eles as rugas. Os cabelos brancos.
Que frase cruel: “As mãos denunciam a idade de uma mulher.”
Ou, se não forem as mãos, é o pescoço. Ou o decote. Ou as rugas ao redor dos olhos.
Pouco importa a parte do corpo — o que realmente parece importar é que acusem.
Acusem um segredo que a sociedade insiste em esconder: o passar do tempo.
E eu me pergunto: por que a idade de uma mulher precisa ser silenciada como se fosse uma confissão vergonhosa?
Por que a pele lisa vale mais do que a sabedoria, as rugas assustam mais do que a ignorância, e os cabelos brancos são considerados falhas, e não medalhas?
Cada marca no meu rosto é uma cicatriz de emoção.
Eu ri demais.
Chorei tanto.
Passei noites em claro por amor, pelos meus filhos, por sonhos ou livros que me abraçaram quando ninguém mais o fez.
Essas marcas não me diminuem.
Elas me revelam.
Curioso como os cabelos brancos num homem o tornam “interessante”, “charmoso”, “maduro”…
Mas numa mulher da mesma idade são vistos como descuido.
As mãos trêmulas de um avô comovem.
As de uma avó, da mesma idade, “entregam”.
Mas eu não tenho vergonha.
Não quero ser eternamente jovem.
Quero ser eternamente eu.
Inteira. Real.
Uma mulher que teve juventude, mas também erros, paixões, quedas e conquistas.
Uma mulher que viveu.
E cuja história não será disfarçada com filtros ou silêncio —
mas contada com coragem e orgulho.
❤️