06/09/2025
A Patrícia (Pipinha como amigos e familiares lhe chamam) e a Silvia não sabem deste testemunho, uma perspetiva de quem trabalha ao lado delas há cerca de um ano.
"Estas irmãs, unidas não apenas por laços de sangue, mas também por uma missão de vida, nasceram de uma promessa: a avó e a tia que suplicavam “Nunca nos levem para um lar.” Cumpriram esse desejo e, a partir dessa experiência familiar, nasceu uma visão que hoje é um compromisso diário com tantas outras famílias.
Trabalho com elas há cerca de um ano e já partilhámos frustrações, mas também ideias inovadoras, como o apartamento “Vidas Partilhadas”, e experiências que trouxeram da vasta vivência em Inglaterra. Muitas vezes sentem que o meio não as acompanha, que não lhes dá voz. Mas há muito que anteciparam o que agora é inegável: o envelhecimento e a demência não são modas, são urgência, preocupação e necessidade real na nossa comunidade e no nosso país.
Já as vi em ação, em visitas, e posso dizer: a Patrícia e a Sílvia são como um corpo interventivo. Sempre disponíveis a ajudar.
Quando uma casa parece em chamas, lá estão elas a apagar o fogo.
Quando uma família acha que não há alternativa, são elas que chegam com soluções.
Quando o desespero aperta, são elas que entram com serenidade e esperança.
Não é fácil querer tanto e, por vezes, não poder avançar por forças maiores (percebo, também já o senti muitas vezes). Mas mesmo assim, dão sempre o melhor. Todos os dias. Todas as horas. 24/7.
Apesar de este ser o seu trabalho, trabalham com o coração. Falam com emoção de cada pessoa que passaram a acompanhar — e isso sente-se.
Eu não sei quanto a vocês, mas para mim, elas são esperança.
São este tipo de pessoas que quero ao meu lado, a dar-me a mão, quando um dia não tiver forças para me levantar.
Obrigada, Patrícia e Sílvia, pela inspiração constante. 🧡
Joana Jesus"