17/11/2025
Vivemos tempos curiosos.
Nas redes sociais, cada dia surge uma nova “verdade absoluta” sobre o que é ser saudável.
Uns juram que a cura está numa dieta exclusivamente vegetal. Outros garantem que só comer carne resolve todas as doenças.
Há quem defenda jejuns longos, quem jure por 6 refeições por dia, quem viva com megadoses de vitaminas, quem aposte em hormonas, quem siga o anti-aging, quem diga que a salvação está no desporto intenso… ou no suave.
Todos falam com uma certeza inabalável, como se tivessem encontrado a resposta universal.
Mas a verdade — a que não cabe num vídeo de 30 segundos — é que a saúde não é uma receita pronta. Não é uma moda. Não é igual para todos.
A saúde é profundamente individual. É feita de história, genética, emoções, ambiente, escolhas e tempo.
É feita de escuta.
É feita de nuance.
E mesmo após mais de 20 anos de prática clínica, continuo a aprender todos os dias. Continuo a observar com humildade o mistério que é o ser humano.
O que cura uns, perturba outros.
O que dá energia a um corpo, cansa outro.
O que funciona numa fase da vida, pode não servir noutra.
E isso não é erro. É humanidade.
Num universo cheio de certezas ruidosas, é fácil esquecer o essencial: A saúde é um caminho singular. Não precisa de exageros, nem de promessas absolutas. Precisa de consciência, respeito e bom senso.
Entre tantas vozes que gritam soluções mágicas, vale recordar que não existem caminhos perfeitos.
Existe apenas o caminho que faz sentido para cada pessoa — aquele que respeita a sua individualidade, o seu ritmo e a sua verdade interior.