13/11/2025
O cuidado de uma criança com TEA não recai apenas sobre a rotina — recai sobre o corpo. A ciência já demonstra que a sobrecarga contínua vivida por muitas mães gera impactos mensuráveis: aumento do cortisol, risco cardiovascular elevado, aceleração de marcadores biológicos de envelhecimento e altos índices de sofrimento emocional.
E, mesmo assim, a narrativa social costuma responder apenas com: “você é forte”.
Mas força não substitui rede, corresponsabilidade ou estrutura.
O que vemos na prática clínica é o que a literatura já descreve como abandono funcional: quando a mulher permanece como a única responsável pelo cuidado, mesmo com outro adulto presente. É uma realidade silenciosa, que precisa ser discutida como tema de saúde pública, não como “questão individual”.
Cuidar de uma criança com TEA exige atenção, ciência e suporte — e isso vale também para quem cuida.
Nenhuma mãe deveria carregar sozinha aquilo que deveria ser compartilhado entre família, sociedade e sistema de saúde.
Trabalhamos com uma abordagem integrada, acolhendo não só as crianças, mas também as mães que sustentam essa jornada. Saúde neurológica também passa pelo cuidado com quem cuida.