09/10/2025
A meta era voltar a ler mais livros. De papel, sair das telas. E se o objetivo era me transportar para um mundo mais analógico, por que não buscar em um sebo? E se era pra retomar antigos desejos, achei que era tempo de me debruçar sobre um filósofo muito caro para o pensamento Existencial, mas de quem considero saber pouco: Søren Kierkegaard. Já na introdução desse livro de apresentação, o porquê desse filósofo reverberar na prática psicoterapêutica. Qualquer semelhança, não é mera coincidência.
“Kierkegaard desafia seu leitor, quase o provoca, a evitar viver como um tolo e como um covarde. Ele era um grande admirador de Sócrates e, naturalmente, conhecia o ditado socrático: “conhece-te a ti mesmo”. E concordava que nada poderia ser mais importante. Mas Kierkegaard percebeu algo que os gregos e o próprio Sócrates o impediram de ver: que as pessoas frequentemente escolhem não se conhecer. Sua tarefa era ajudar os outros em sua busca. Mas ele sabia que isso significava não apenas oferecer novas ideias, mas também induzir seu leitor a baixar as defesas. O problema, portanto, não era apenas de conhecimento, mas também de vontade. A questão não era apenas instruir, mas libertar. Usando a analogia de Platão, a tarefa não era apenas mostrar ao leitor o caminho para fora da caverna (da ignorância de si), mas dar-lhe a coragem de sair.” (Tradução livre)
MULLEN, J. Kierkegaard Philosophy: Self-deception and cowardice in the present age.