31/08/2020
"Um dos grandes segredos encontra-se na palavra «aceitar»."
Toda a minha vida tenho trabalhado o aceitar, a aceitação de mim própria, do meu corpo, por exemplo!
Na minha infância e adolescência foi um misto de emoções, o não aceitar o meu corpo, por ser magra e pequena, durante muitos anos me chamaram de "15 quilotes", por pesar durante muito tempo esse peso.
Era gaga e tinha tanto por dizer, até que arranjei sozinha estratégias para superar isso. A minha mãe dizia para cantar quando fosse falar com ela para não gaguejar!
Depois veio a adolescência em que as mamas eram pequenas, e quem me chamou de "tábua" tentava que a minha autoestima sofresse mas eu olhava ao espelho e dizia a mim própria: "Não tens mamas mas tem um «rabiosque» de prateleira, não faz mal, és linda na mesma!"
A epilepsia foi algo que me fez crescer muito rápido, com 12 anos começaram as primeiras crises. Tive que aprender a viver, a aceitar "uma doença" que não controlava, que me limitou as vivências da adolescência!
As frases ouvidas eram: "Vê lá não bebas, não fumes, cuidado com as discotecas!"
Enfim não foi fácil ser mãe de uma filha adolescente com epilepsia mas + difícil foi ser uma adolescente com epilepsia.
Houve muita revolta, mas também muita aceitação e hoje vivo com isso muito bem! Encaro como se fosse uma "marca especial" de mim própria!
Aos 41 anos trabalho + uma vez a aceitação, aceito o meu corpo com marcas das gravidezes, das cicatrizes das cesarianas, as gordurinhas que teimam em ficar na barriga, as mamas que mesmo pequenas foram maravilhosas para amamentar os meus 3 filhos, 2 até aos 9 meses e 1 até aos 4 anos sem precisar de suplementos!
Sou uma Mulher real com defeitos e qualidades, e aceito-me todos dias como sou!
"...para evoluirmos, para crescermos, temos de nos aceitar, e para isso é essencial uma boa autocrítica acoplada a uma boa auto-estima e autocompaixão." Terra Maya - Filipa Maló Franco